sexta-feira, 22 de novembro de 2013

ALBUFEIRA | Cão regressou a casa sete anos depois de ter sido levado

A história do perdigueiro português Valente poderia ser igual à de muitos outros cães que deambulam, abandonados, nas ruas. No entanto, a simples leitura do microchip que lhe fora instalado quando era cachorro permitiu, não só, descobrir o dono, como reunir uma "família" desfeita há sete anos, quando o cão, ainda jovem, foi furtado do quintal dos seus donos, em Albufeira.


Agora, o Valente já está na sua velha casa, a recuperar das mazelas que levaram duas jovens a entregá-lo aos Sapadores de Faro, depois de o terem encontrado em muito mau estado. "Quando chegou às minhas mãos, nem andava. Estava muito maltratado e cheio de fome", descreveu Paulo Guerreiro, o legítimo dono.

O reencontro entre o perdigueiro e os proprietários deu-se no passado dia 4 de novembro, quando foi entregue aos bombeiros após, aparentemente, ter sido atropelado. Pouco depois, foi observado pela veterinária municipal Ana Correia. "Observei-o e fiz a leitura do microchip. Felizmente, estava registado na base de dados do SICAFE e conseguimos descobrir o dono", descreveu Ana Correia. Um caso, diz, que demonstra a importância do microchip e de "registar os dados do animal na base de dados".

A partir daí, foi uma questão de horas até reunir Valente com os donos. "Tem sido excecional! Ele não nos reconheceu nem respondia pelo nome. Mas já me obedece. Até já sai sozinho e volta. Isso quer dizer que se sente bem", diz Paulo Guerreiro, sem esconder a sua satisfação.

Este foi um dos dois cães de Paulo Guerreiro que desapareceram do quintal, em Albufeira. Em ambos os casos, participou o furto às autoridades mas sente que isso teve pouco efeito prático. "Infelizmente, os serviços funcionam mal. Se pedissem as licenças aos donos dos cães, como estipulado na lei, isto não acontecia", criticou.

Paulo Guerreiro, dono de Valente, suspeita que o cão de caça tenha sido levado por feirantes. Aliás, este já é o terceiro que lhe furtam. O animal terá sido acolhido e abandonado agora, provavelmente por estar doente.


Fonte: Nuno Rodrigues / JN