segunda-feira, 20 de maio de 2013

ALBUFEIRA | Restos mortais de Orlando Pedro foram a enterrar no Cemitério Novo


Os restos mortais do cidadão angolano Orlandino Pedro, falecido na última terça-feira, por alegada insuficiência respiratória, no Hospital de Faro (região de Algarve, Portugal), e que tinha sofrido uma “cirurgia polémica” há nove anos, foram, este fim-de-semana, a enterrar no Cemitério Novo de Albufeira.

A missa de corpo presente teve lugar na capela do mesmo cemitério, na presença de uma massa humana considerável, integrada maioritariamente por membros da comunidade angolana, bem como por militantes do MPLA, do qual fazia parte, por familiares, alguns dos quais vindos de Angola, e por representantes dos serviços consulares de Angola no Algarve, Lisboa e Porto.

Carregado de algum sentimento de revolta e emoção, o acto fúnebre foi marcado ainda pela dúvida que paira sobre a verdadeira causa da morte do então representante da JMPLA na região do Algarve, primeiro secretário do Comité de Acção do MPLA e presidente da Assembleia-geral da Associação dos Angolanos e Amigos de Angola (AANGA), em Albufeira.

Orlandino João Pedro, 37 anos, há 22 anos em Portugal, deu entrada no Hospital de Faro, a 2 de Maio último, por problemas respiratórios, mas a polémica operação pulmonar que sofrera nove anos atrás, num hospital cirúrgico de Lisboa, é apontada, pelos familiares, como o motivo do infortúnio.

À espera dos resultados da autópsia, realizada sexta-feira pelos serviços de medicinal legal luso, a família não duvida que o “esquecimento”, nos pulmões, de agulha despedaçada, usada no processo operatório de há nove anos, esteja ligado à morte de Orlandino, pois, diz, “a falta de ar que levou à sua hospitalização é forte indício da irresponsabilidade ocorrida na triste cirurgia”.

O hospital chegou a admitir tratar-se de negligência médica “involuntária”, mas a “desistência deliberada” do advogado indicado pelo Ministério Público português impossibilitou que o caso chegasse ao foro judicial.

Devido ao problema de saúde, a segurança social portuguesa concedera à Orlandino Pedro uma reforma antecipada por invalidez de 200 euros (quase 300 dólares americanos) mensais, “incapaz de sustentar os cinco filhos”, segundo atesta fonte familiar.

AngolaPress