quinta-feira, 4 de abril de 2013

ALBUFEIRA | Duas praias interditas a banhos devido a caravelas-portuguesas

Foto tirada esta manhã na Praia das Belharucas
As praias da Rocha Baixinha e do Barranco das Belharucas, ambas no concelho de Albufeira, têm bandeira vermelha. A Polícia Marítima aumentou vigilância junto à costa.
 As caravelas-portuguesas libertam substâncias tóxicas que podem provocar reacções alérgicas ou mesmo a morte.
A Autoridade Marítima ordenou nesta quarta-feira que sejam içadas bandeiras vermelhas em duas praias de Albufeira, após o surgimento na costa de várias caravelas-portuguesas, animais marinhos que libertam substâncias tóxicas.
Embora não haja uma grande concentração de exemplares, foi içada a bandeira vermelha nas praias da Rocha Baixinha (junto a Vilamoura, conhecida como Falésia) e do Barranco das Belharucas, disse à Lusa fonte da Zona Marítima do Sul.
Em toda a costa algarvia, há registo de 30 a 40 exemplares que deram à costa nas praias nos últimos dias, mas as bandeiras vermelhas apenas foram içadas nas que têm as concessões abertas, como o caso daquelas duas, desde a Páscoa.
De acordo com a mesma fonte, a Polícia Marítima aumentou também a frequência das patrulhas junto à linha de costa e alertou os nadadores salvadores das praias que já estão abertas para aumentarem a vigilância.
As caravelas-portuguesas, confundidas normalmente com as alforrecas, são na realidade colónias de animais que libertam substâncias tóxicas, podendo provocar reacções alérgicas ou, em casos extremos, a morte.
Em Espanha, as autoridades decidiram também interditar a banhos quatro praias em Cádiz, no sul, devido à concentração de caravelas-portuguesas.
Já no início de Março tinha sido registada na costa algarvia uma concentração anormal daqueles organismos, embora o fenómeno aconteça todos os anos, explicou à Lusa Élio Vicente, biólogo marinho do Zoomarine.
Segundo Élio Vicente, a espécie existe em mar aberto, mas rapidamente pode atingir a costa arrastada pelo vento ou correntes marítimas, uma vez que o animal não tem movimento próprio.
O problema é que, mesmo depois de mortos, aqueles organismos continuam a libertar células com toxinas, pelo que deve evitar-se tocar no animal.
Caso haja contacto, a pessoa deve lavar a zona afectada com água salgada e remover os restos de tentáculos com a ajuda de um pano ou de luvas.
De acordo com o director do Centro de Reabilitação do Zoomarine, não há indícios de um crescimento anormal da espécie em mar aberto, embora os ventos ou marés mais fortes possam propiciar o seu aparecimento na costa.
Sublinhando que não há motivo de alarme, o biólogo referiu ainda que, sobretudo no Verão, quando o mar está mais calmo, é fácil de detectá-las ao longe.
A caravela-portuguesa tem na sua estrutura uma espécie de vela que a faz flutuar, embora os seus tentáculos, que podem atingir vários metros, permaneçam dentro de água.
Texto: Lusa
Foto: Al-Fachar