Os trabalhadores do
Hotel Montechoro, em Albufeira, vão iniciar no dia 18 de julho uma greve de
cinco dias para reclamarem o pagamento de oito meses de salários em atraso,
anunciou hoje o Sindicato de Hotelaria do Algarve.
Em declaração à agência Lusa, o coordenador distrital do
sindicato, Tiago Jacinto, disse que o protesto visa reivindicar o pagamento de
oito meses de salários em atraso aos cerca de 50 trabalhadores dos quadros
daquela unidade hoteleira de quatro estrelas, da zona de Montechoro.
"Numa primeira fase a greve será de cinco dias, mas os
trabalhadores estão decididos em continuar a luta até que lhes sejam pagos os
salários em atraso", sublinhou Tiago Jacinto.
De acordo com o sindicalista, os trabalhadores exigem também
que sejam afixados os mapas de horários e de férias, bem como o respetivo
contrato coletivo de trabalho.
"Como a situação se arrasta sem que a administração
manifeste disponibilidade para a resolver, os trabalhadores decidiram avançar
para a greve, numa altura em que a unidade hoteleira está com uma ocupação
elevada", frisou.
Segundo o responsável, o atraso no pagamento dos salários
levou já à saída de cerca de 250 trabalhadores do quadro, "restando apenas
cerca de 50 ao serviço".
Para Tiago Jacinto, o não pagamento dos salários "é uma
forma de a administração obrigar os trabalhadores a saírem", até, porque,
sublinhou, "para preencher os lugares dos que saíram, foram contratadas
empresas de trabalho temporário".
"Não se compreende como é que não há dinheiro para
pagar aos funcionários do quadro e existe para as empresas de trabalho
temporário", questionou.
Para o dirigente sindical, "os argumentos invocados
pela administração para não pagar aos trabalhadores não fazem qualquer
sentido", até porque o Hotel Montechoro "tem tido uma ocupação
significativa e nesta altura está cheio".
A decisão de iniciar uma greve de cinco dias, com início no
dia 18 de julho, foi tomada na terça-feira em plenário de trabalhadores.
A agência Lusa tentou obter uma reação da administração da
unidade hoteleira, mas ninguém se mostrou disponível para prestar declarações
até ao início da tarde.