Ontem, dia 26 de julho, teve lugar a celebração dos Avós Maternos
de Jesus, Santa Ana e S. Joaquim. A celebração teve lugar na Igreja de Sant’Ana
com Missa Festiva às 21:30 horas.
Durante a celebração, os avós presentes leram a Oração
dos Avós, com o seguinte teor:
Senhor, como avós, vimos hoje agradecer-vos o dom
da vida que nos destes.
Pois vimos que se cumpriu o desejo de vermos os
filhos dos nossos filhos na prossecução da vida, do amor e da concórdia
connosco mesmos e uns para com os outros.
Queremos agradecer-vos Senhor todos os benefícios
que de Vós recebemos.
Neste dia de Santa Ana e de São Joaquim, entregamos
a Vós, Senhor, todas as nossas preocupações pessoais e familiares, os nossos
medos e angústias, as nossas alegrias e consolações, os nossos projetos e
intenções.
Senhor, como avós neste tempo, queremos colocar a
nossa vida à vossa disposição; queremos ser construtores da paz e do perdão;
queremos ser sinais de amor nesta sociedade, dando o nosso contributo e
colaboração ativa e atuante, na nossa família, na sociedade e na Igreja.
Ajudai-nos, Senhor, a viver a nossa missão de avós,
tornando-nos disponíveis para os nossos netos pela presença, pela ternura e
pela compreensão.
Queremos agradecer também, Senhor, o testemunho de
tantos homens e mulheres que se dedicam aos seus netos, se esforçam por
manifestar o amor, traduzido em gestos e sinais.
E suplicamos-vos, por intercessão de S. Joaquim e
de Santa Ana a graça de nos dardes muitos e santos avós no seio das famílias
nas paróquias e na sociedade em geral, pois deles muito depende o equilíbrio
humano, espiritual e cultural do nosso país.
Obrigado, Senhor! Obrigado, avós!
O pároco de Albufeira, Cónego José Rosa, recorda o Culto
a Santa Ana em Albufeira:
Embora não seja mencionado o seu nome nas
Escrituras Sagradas, a literatura apócrifa e a Tradição falam dos Avós maternos
de Jesus e do nascimento miraculoso de sua filha, Maria, mãe de Jesus.
O culto a estes dois veneráveis anciãos
desenvolveu-se muito no Oriente e de lá veio para o Ocidente no Séc. XIII.
Fixou-se logo em Albufeira depois da Reconquista; e
de certeza já existe nesta cidade há vários séculos.
O Castelo de Albufeira tinha uma porta que dava
acesso à Praia e tinha o nome de PORTA DE SANTA ANA.
A atual Praia dos Pescadores chamava-se PRAIA DE
SANTA ANA.
As ruas do Cais e zona ribeirinha tinham o nome de
BAIRRO DE SANTA ANA.
Ainda hoje lá existe uma RUA DE SANTA ANA e o BECO
DE SANTA ANA, exatamente no local onde estava a velha Igreja ou Capela de Santa
Aa, destruída pelo terramoto e maremoto de 1755.
Até 1911, havia na zona baixa da cidade uma rua que
atualmente se chama Av. 25 de Abril e que até ao início da Primeira República,
em 1910, tinha o nome de RUA NOVA DE SANTA ANA.
Logo após o terramoto, houve a preocupação e a
urgência em construir uma nova Igreja em honra de Santa Ana, a qual, em 1760,
já estava concluída.
Todas estas breves informações que nos são dadas
pela toponímia local e pela documentação que ainda existe, conduzem-nos
inevitavelmente à conclusão de que Albufeira foi uma Vila que teve um carinho
muito especial para com Santa Ana, à semelhança do que acontece atualmente em
muitas terras de Portugal, no Oriente cristão e nas Américas.
O culto a Santa Ana, riqueza histórica de
Albufeira, deve agora ser de novo incrementado nesta cidade, uma vez que se
relaciona sobretudo com os Avós.
O papel dos Avós na sociedade moderna é imprescindível por muitas razões. Os avós são uma riqueza que tem de ser valorizada e bem aproveitada, pois dos avós depende muito o equilíbrio humano, espiritual e cultural da nossa gente.
Tratou-se de uma celebração linda promovida pela
paróquia, tendo por objetivo homenagear todos os avós.
Notícia Al-Fachar