A ilha da Culatra, na Ria Formosa, era a base logística da organização de tráfico de droga que hoje foi parcialmente desmantelada, acredita o director da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE).
Através de uma investigação iniciada há um ano, a Polícia Judiciária (PJ) apreendeu hoje 178 quilogramas de cocaína na zona de Olhão, e deteve quatro homens, ao abrigo de uma operação que envolveu a UNCTE, a directoria do Sul da PJ e a Autoridade Marítima do Sul.
Em conferência de imprensa, o director da UNCTE, Joaquim Pereira, referiu que era ao largo da ilha da Culatra que estava fundeado o veleiro no qual foi encontrada a maior parte da droga apreendida hoje.
A cocaína era transportada para terra em mochilas pelos elementos da organização, que levavam 15 quilogramas de cada vez, no barco da carreira, até um apartamento em Olhão, aonde armazenavam o produto.
Cerca de 24 horas depois de o veleiro ter acostado ao largo da ilha, as autoridades interceptaram um dos elementos, que transportava uma mochila com droga, fazendo depois buscas ao apartamento para o qual o traficante se dirigia.
No navio, a droga estava dissimulada num teto falso e numa zona equivalente a uma cozinha, explicou aos jornalistas Joaquim Pereira.
A cocaína - em estado puro e cujo valor de mercado pode atingir os 10 milhões de euros -, terá sido carregada nas Caraíbas com destino ao mercado europeu, sendo que Portugal funcionaria apenas como porta de entrada.
Aos quatro detidos - dois alemães e dois britânicos - junta-se agora um quinto elemento, de nacionalidade argentina, detido em Espanha e que terá também uma parte ativa na organização, acreditam as autoridades.
Contudo, a PJ acredita que a organização não se esgota nestes indivíduos, pelo que vai prosseguir com a investigação.
Os detidos, com idades entre os 34 e os 68 anos, são presentes hoje a tribunal.
